Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

Mais votos e mais deputados<br> para prosseguir a luta

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Iniciamos aqui, com este grandioso comício, a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. Esta não é uma batalha secundária, uma batalha que possamos subestimar, muito menos num momento tão grave e preocupante como aquele que o nosso País atravessa.
Esta é uma batalha de grande importância para o prosseguimento da luta do nosso povo pelo direito a decidir do seu futuro e pela salvaguarda e garantia dos seus interesses. Esta batalha eleitoral que temos entre mãos é a continuação, por outros meios – com o voto de cada um –, da luta que os trabalhadores, o nosso povo, nós próprios, temos vindo a travar. E vamos prossegui-la, para derrotar um Governo e uma política muito concreta que PS, PSD e CDS concertaram entre si, afundando a vida de milhares e milhares de portugueses, hipotecando o seu futuro.
Uma batalha que pode e deve ser mais um importante contributo que se soma às grandes lutas de massas, na construção e afirmação da alternativa patriótica e de esquerda de que o País precisa. Uma batalha que, para ser concretizada com êxito, precisa de alargar a votação na CDU. Precisamos de mais votos na CDU e precisamos de eleger mais deputados. É esse o desafio que temos pela frente nos próximos dias, e até 25 de Maio, dia das eleições: fazer crescer a CDU e, com ela, reforçar a luta pela verdadeira alternativa e vencer a batalha por uma real mudança na situação do País.
Uma verdadeira mudança que só será efectivamente concretizada reforçando a única força que tem um projecto distinto dos que nestes últimos 37 anos governaram o País. A única força que dá garantias de conduzir consequentemente e levar até ao fim a batalha pela derrota da política de direita e das forças que em Portugal e na Europa a protagonizam. A única força que luta pela concretização de uma nova política para servir o povo e o País, e não a especulação, os agiotas e os grandes banqueiros.
Os desafios que temos pela frente não são apenas dos candidatos. Não são apenas dos activistas da CDU, mas de todos aqueles – democratas, patriotas – que não aceitam nem se conformam com a ideia de que este Governo e as políticas das troikas nacional e estrangeira continuem a afundar o País e a destruir a vida dos portugueses.

De cabeça erguida

Todos nesta batalha somos candidatos! Todos nesta batalha são necessários! Precisamos de ganhar muitos portugueses para que nenhum voto se perca! Trazer os desiludidos com uma política de logro e engano sistemático, anos e anos de governos de política de direita e do desastroso processo de enfeudamento do País ao FMI, ao BCE, à União Europeia do directório das grandes potências e dos monopólios.
O balanço que fazemos da pré-campanha eleitoral que agora termina diz-nos que podemos e devemos confiar nesta grande e combativa força que é a CDU. Concluímos este período com o sentido do dever cumprido, uma convicção baseada no trabalho ímpar que desenvolvemos, na experiência e na intervenção qualificada, uma acção determinada pela defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.
Realizámos milhares de contactos por todo o País, efectuámos reuniões, encontros, visitas, arruadas, comícios, uma actividade sem paralelo entre as forças políticas que concorrem a estas eleições para eleger deputados ao Parlamento Europeu. Nenhuma outra força poderia ter ido para o terreno como nós fomos, como foi a CDU, de cabeça erguida, prestando contas do trabalho realizado, afirmando com total franqueza e transparência as propostas apresentadas e as posições assumidas. Milhares de contactos que nos permitem enfrentar esta campanha eleitoral seguros das nossas potencialidades, seguros da força das convicções e da ligação do projecto distinto que apresentamos à realidade vivida pelo nosso povo e pelo nosso País.
CDU que encontra a sua razão de ser das suas propostas na sua ligação aos interesses e aspirações de todos quantos são hoje vítimas de uma política de exploração e de destruição. A única grande força que apresentou propostas para a solução dos problemas do País. Propostas que correspondem aos interesses de quem trabalha ou vive dos rendimentos do seu trabalho, como servem os interesses e aspirações de outros sectores igualmente massacrados pelas políticas das troikas nacionais e estrangeira, pela política de direita e pela dependência e subserviência face ao grande capital e às grandes potências da União Europeia.

Respostas necessárias

No programa da CDU encontrarão resposta às suas inquietações e uma solução para os seus problemas os pequenos e médios empresários, o comércio tradicional, os pequenos e médios agricultores e a agricultura familiar, os homens e as mulheres da cultura e das ciências, os jovens trabalhadores e os estudantes.
No programa da CDU encontram o compromisso de uma força que tudo fará no Parlamento Europeu para propor e defender políticas de aumento e protecção da produção nacional, defendendo preços justos à produção, a criação de emprego com direitos, o combate efectivo ao desemprego, a defesa da soberania nacional como garante da prevalência dos interesses nacionais e simultaneamente a solidariedade entre países e povos vítimas das políticas da UE.
Propostas que têm sustentação na coerente política patriótica e de esquerda que defendemos para o País: uma política que, partindo da necessidade e urgência de garantir a renegociação da dívida, assume nas suas opções fundamentais a defesa e desenvolvimento dos sectores produtivos nacionais, a recuperação para o Estado do sector financeiro e de outras empresas e sectores estratégicos para relançar o desenvolvimento do País; uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores, da justa distribuição do Rendimento Nacional e da recuperação de salários e rendimentos roubados; uma opção por uma política orçamental de combate ao despesismo e à despesa sumptuária, baseada numa componente fiscal de aumento da tributação dos dividendos e lucros do grande capital e de alívio dos trabalhadores, dos reformados, pensionistas e das micro, pequenas e médias empresas; uma política de defesa e recuperação dos serviços públicos, em particular no que concerne às funções sociais do Estado. (...)

Inteligências, consensos e semelhanças

A sua [de PS, PSD e CDS] concordância em matérias de fundo, há muito verificada e confirmada nesta pré-campanha, está bem patente na comum vassalagem que prestam em relação ao Tratado Orçamental que coarta a nossa soberania e impõe o pagamento da dívida e da redução do défice ao ritmo de «mata-cavalos». Por isso os vemos falar do Tratado Orçamental como coisa sua.
Instrumento a preservar e a aplicar, para o PSD/CDS – sem disfarce – e para o outro, o PS, apresentando a fantasiosa óptica da «leitura inteligente» ou da «aplicação inteligente» (sic). A inteligência é, aliás, a palavra-chave com que passaram a disfarçar as suas semelhanças.
Uns, a Aliança do Governo, para justificar a política da ditadura do défice a todo o custo e por cima de toda a folha, diz que a consolidação orçamental é um objectivo essencial. O PS também acha, mas afirma que a consolidação tem que ser «inteligente». Rangel diz que é preciso realismo nas políticas, Assis fala de «pragmatismo inteligente». Nem mais nem menos. Eles pensam, no essencial, da mesma maneira, apenas jogam com as palavras. É um falso confronto!
É por isso que uns, a Aliança do Governo, falam da necessidade do «consenso» dos partidos da troika, assente num acordo de regime para depois das eleições. O candidato do PS, Francisco Assis, fazendo jus à sua inclinação direitista, diz que sim, que é preciso o consenso, mas com a direita crítica, onde cabem todos os que têm afundado o País e que Rangel quer dentro do consenso.
O PS lá vai tentando passar entre os pingos da chuva das suas responsabilidades no estado a que chegou o País e na destruição da vida da maioria dos portugueses. Mas por mais que seja essa a sua vontade, não se livra de lhe serem apontadas as marcas da sua política. É que não houve decisão ou orientação estrutural decidida pelo Parlamento Europeu, tal como cá, que não tenha a marca do PS, com a sua companhia de sempre na política de direita – PSD e CDS. (…)

Os cortes e os subtítulos são da responsabilidade da redacção

 



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